Espaço Cultural CEDIM Heloneida Studart

Lá vai a noiva


Uma construção coletiva que chamaremos de a grande obra “LÁ VAI A NOIVA ou A NOIVA DESPIDA” – uma referência a obra de Marcel Duchamp.

Além do desconforto que suscita, é o artista que mais radicalmente redefiniu o fazer artístico desde Leonardo da Vinci. Sua poética singular leva adiante a definição de Leonardo de que a arte é coisa mental. O Grande Vidro ou A Noiva despida por seus Celibatários, mesmo, iniciado em 1915 e definitivamente inacabado em 1925, quando, por acidente, um pedaço do vidro fica rachado. A fragilidade e transparência do suporte, o aspecto mecânico das imagens, o tema erótico-delirante, e a incorporação do acaso na (ir)realização do trabalho, dão-lhe uma importância ímpar. O jogo com as palavras no título das obras também começa a entrar em cena. A sonoridade na língua francesa de 'mesmo' (même) confunde-se com 'me ama' (m'aime). Como observou Octavio Paz, no seu livro sobre o artista intitulado "Marcel Duchamp ou o Castelo da Pureza", o Grande Vidro "é um enigma e, como todos os enigmas, não é algo que se contempla mas sim que se decifra". Outra idéia estética introduzida por Duchamp e marcará sua obra e posteridade, é o ready-made. Transferindo objetos corriqueiros para os museus e designando-os objetos de arte, ele realiza o gesto mais radical e banalizante da arte em nosso século.

O conjunto das obras formará uma grande instalação onde cada artista, na diversidade de suas linguagens e na contemporaneidade do seu pensamento, contribuirá para a construção de uma obra maior que fale do gênero mulher e sua identidade, através de performances, intervenções verbais, sonoras, corporais etc.

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